Anna Traiano

O último minuto

Pensei que a vida fosse acabar agora
ou antes, quando de mim se perdeu
o sonho ardente que revive e envolve
A luta tensa do meu pranto em mim.

Quantas lágrimas, quantas derrotas,
Pra que deixar vida passar assim,
Perdi o jeito de viver sem medo e, quem sabe,
feliz sem ser ao lado teu.

Inútil tentar...

Não temo o último dia,
Nem o minuto que encerra o canto.
Faço do veneno doce acalanto
Da alma que sofre, que chora, que perde
Que grita a derrota, que lamenta a farsa,
E pede apenas sua parte da vida,
E que não vai desistir agora,
Nem nunca, do amor.

Desse sabor eu já provei bastante:
amargo, sereno, fugaz...

Bebo no cálice dourado,
No cálice calado
Calada, em paz.

Um comentário:

  1. Bom dia, Anna.

    Que poema lindo!!
    Triste, mas lindo demais.

    Tenha um ótimo fim de semana.

    Beijos.

    Maria Auxiliadora (Amapola)

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